No último artigo que escrevi, contei a experiência que tive com um amigo e fiquei de concluir o desfecho.
Ele contratou um consultor para ajudá-lo na reestruturação da empresa. Pediu minha ajuda no acompanhamento do trabalho.
Foi feito um diagnóstico que constatava que a empresa tinha um mínimo de organização. Tinha um sistema de informática que controlava o processo operacional, tinha a parte financeira, porém esta funcionava somente para conferir o caixa, as compras e os bancos.
Quando se iniciou o levantamento de dados financeiros, foi percebido que o sistema tinha vários problemas. A empresa que era responsável pelo sistema não se dispôs a fazer as mudanças, apesar de simples. Estavam com problemas internos. Foi procurado um novo sistema, que está em fase de implantação. E é mais barata a manutenção mensal, a primeira contenção de despesa realizada.
Com toda a dificuldade de levantamento de dados, foram feitos levantamentos mensais das receitas e despesas. Foram feitas classificações de receita e despesas com um novo Plano de Contas e Centro de Custos.
Foi constatado um déficit na maioria dos meses. Com alguma margem de erro, pois os números não são tão precisos, foi encontrado o ponto de equilíbrio da empresa, isto é, quanto ela precisava faturar para cobrir todas as despesas do mês, incluindo Pró-Labore e amortização de dívidas.
Analisando os custos, observou-se problemas na área técnica, problemas nas comissões pagas aos funcionários, que não gerava estímulo e nem produtividade. Foi detectado uma falta de motivação na pessoa mais antiga de casa, com o salário mais alto e com baixa produtividade. Foi proposto a ele um novo tipo de trabalho externo, com liberdade de ter seus próprios clientes, o desligamento do vínculo empregatício, tornando-se um prestador de serviço terceirizado. Parece que está caminhando bem a solução proposta.
Propus balancetes gerenciais e análise de resultados mensais, com indicadores de endividamento, margens de contribuição, rentabilidade. Percebi que esta parte está caminhando muito lentamente. É aquela velha história de que quando se depara com uma situação difícil da empresa, há um certo receio de se encontrar problemas não solucionáveis. Então se procrastina, vai se adiando a implantação.
Ainda não falei com ele sobre o Planejamento Estratégico. Assunto ainda cercado de muito tabu. Os empresários acham complicado, que empresa de menor porte não precisa, e acabam não valorizando este trabalho. Por achar um tema de grande relevância para as empresas, vou tratar em um artigo específico sobre ele.
E no futuro darei notícias da empresa de meu amigo.
Márcio José Ramos